Documento composto 018 - Cáritas Lusófonas

Zona de identificação

Código de referência

PT/CP AHCP/A/F/001/018

Título

Cáritas Lusófonas

Data(s)

  • 1982 - 1998 (Produção)

Nível de descrição

Documento composto

Dimensão e suporte

1 capilha; papel

Zona do contexto

Nome do produtor

História biográfica

A Cáritas Portuguesa foi constituída pelo Episcopado Português em 1956, herdando a execução de um programa, o património e os principais dirigentes de uma associação fundada em 1946. Distintas na origem e nos objetivos, as duas organizações apresentam uma clara continuidade no plano dos recursos, dos métodos, do impacto público e da liderança. Em 1976 e em 2000 começaram a vigorar novos estatutos mediante aprovação da Conferência Episcopal.
Em 9 de maio de 1946, a associação União de Caridade Portuguesa teve os seus estatutos aprovados por despacho do subsecretário de Estado da Assistência Social, Joaquim Trigo de Negreiros. A sua finalidade principal consistia na proteção de menores no meio familiar, escolar e profissional por intermédio da colaboração com organizações particulares, civis e religiosas, portuguesas e estrangeiras. O intercâmbio internacional com organizações similares, oficiais e particulares seria uma das marcas inscritas nos estatutos. Pretendia-se, no imediato, a organização de um serviço de socorro a crianças estrangeiras, vítimas da guerra. O Programa de Acolhimento Temporário de Crianças começaria a funcionar em 1947. Entre os objetivos constava, ainda, o estudo das condições de vida das crianças para auxílio material e moral, a promoção da defesa da criança e a organização de creches, lactários, refeitórios, consultas de pediatria e colónias de férias. Com duas categorias de sócios, ativos e benfeitores, a associação teria uma direção com composição exclusivamente feminina. A sua sede seria em Lisboa e poderiam ser nomeados correspondentes e formadas delegações locais.
A 19 de março de 1956 os estatutos da União de Caridade Portuguesa (Caritas) eram aprovados pelo Cardeal Cerejeira, por recomendação da Santa Sé, após consulta da Assembleia Plenária do Episcopado, auscultado o parecer do ministro do Interior. A finalidade principal da nova organização consistia no exercício e na promoção da caridade cristã. Pretendia-se a criação de associações, obras e instituições de assistência social, orientando-as e auxiliando-as. A colaboração no campo internacional com organizações congéneres e representação de organizações religiosas com finalidades de assistência ou beneficência eram marcas inscritas nos estatutos. Cerca de um mês (13 de abril) após a aprovação episcopal dos estatutos da União de Caridade Portuguesa (Caritas), o Diário do Governo publicava um despacho com a extinção da associação formada em 1946 (União de Caridade Portuguesa), depois da sua presidente de sempre, Fernanda Jardim, ter sido nomeada por Cerejeira para liderar a organização de 1956. A conclusão do Programa de Acolhimento Temporário de Crianças seria acompanhada por nova iniciativa mobilizadora de recursos por todo o território português, dotado de significativo impacto público, correspondendo a acordo firmado em fevereiro de 1956. A execução do Programa de Ajuda Alimentar contaria com o apoio decisivo dos poderes públicos norte-americanos, por intermédio do Catholic Relief Services (CRS).
Com a transição democrática em Portugal, a Conferência Episcopal Portuguesa aprovaria uma primeira reforma estatutária da organização formada em 1956. Mantinham-se os vínculos fundadores que estavam expressos nos estatutos assinados por Cerejeira e a denominação assegurava a tradição de 1946 e 1956. Organização da Igreja Católica, instituída pela Conferência Episcopal Portuguesa, e membro da Cáritas Internacional, instituída pela Santa Sé, a "União de Caridade Portuguesa 'Cáritas', também denominada Cáritas Portuguesa" visava, nos termos da reforma estatutária de 1976, a promoção e o exercício de atividades sócio-caritativas. As principais novidades da reforma estatutária residiam na estrutura interna e na organização das finalidades. Seria composta pela federação das Cáritas Diocesanas para ações de: apoio das camadas mais carenciadas da população, por intermédio da sua valorização e promoção da educação para a solidariedade, da consciência crítica e da justiça social; reforma de estruturas para desenvolvimento integral do homem; socorro em caso de calamidade pública ou urgência reconhecida; cooperação com instituições e grupos de ação social. A integração social de retornados das antigas colónias em África justificava um amplo programa mobilizador direcionado para a criação de postos de trabalho, com a habitação a justificar clara prioridade. A consolidação de Cáritas Diocesanas e a animação da pastoral social seriam decididas apostas nas décadas finais do século XX.
Com o novo milénio, a alteração estatutária colocaria a Doutrina Social da Igreja, imperativos de solidariedade e a legislação civil e canónica como orientações da Cáritas Portuguesa. Como união das Cáritas Diocesanas, a Cáritas Portuguesa atribui prioridade às situações mais graves de pobreza ou exclusão social. Os objetivos inscritos nos estatutos de 2000 consistem na assistência, em situações de dependência ou emergência, na promoção social, no desenvolvimento solidário e na transformação social em profundidade, no domínio das relações sociais, dos valores e do ambiente. Para fazer face a situações de pobreza estrutural e de emergência, as prioridades assentariam a conjugação entre a formação profissional e cívica e a consolidação da Rede Cáritas.

Entidade detentora

História do arquivo

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Zona do conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

Correspondência entre a Cáritas Portuguesa, as Cáritas lusófonas (Cabo Verde, Guiné Bissau, S. Tomé e Príncipe, Moçambique, Brasil, Angola) e entidades privadas. Cáritas Angola: publicações, bens, despesas médicas, documentos oficiais (certidão de nascimento, de batismo), livros (1984-1987). Cáritas Brasil: Assembleia Nacional da Cáritas Brasileira, financiamento comunitário (1987-1991). Cáritas Moçambique: bens, donativos, encomendas, 8.º Relatório do Programa para Emergências (1987), Ajuda e Desenvolvimento, portugueses detidos em Maputo, transportes, IV Seminário da Cáritas da Zona Lusófona em África e Assembleia Geral da Cáritas Moçambique (1986), publicações (1982), vítimas da seca em Nampula e Cabo Delgado (1982), ferramentas para Nampula, Programa de Cooperação com Guiné-Bissau (1983), X Sessão da Assembleia Geral da Cáritas Moçambique (1986), IV Seminário da Cáritas da Zona Lusófona (1986), apoio pastoral (1990), regresso de cidadãos moçambicanos (1991). Cáritas S. Tomé e Príncipe: projetos integrados (1990), donativos (1985), Projeto Cooperação e Desenvolvimento - o Contributo das ONG (1985), projeto de habitações em auto-construção (1986), Instituto Amaro da Costa, Direção do Centro de ações para a Cooperação e Desenvolvimento (1986), documento da Cáritas Internacional às Cáritas belga, alemã, holandesa, suíça, italiana e portuguesa - em favor da população são tomense mais afetada pela seca e a miséria (1985), aquisição de materiais de construção (1985), anti palúdicos (1988), Encontro sobre fornecimento de água e década do desenvolvimento sanitário (1988), missão de erradicação de paludismo (1988), Programa de Ajuda a S. Tomé e Príncipe (1986), presos políticos e seus familiares (1990-1991), Movimento pela Vida (1990).Guiné-Bissau: alunas da Escola de Formação Social de Leiria (1985), La Reconstruction Nationale, 2.º e 3.º Seminários das Cáritas Lusófonas em África (1983, 1985), mesa redonda sobre A saúde da Guiné-Bissau (Genebra, OMS, 1985), Conferência das ONG (1985), relatório do trabalho realizado pelas Irmãs da Missão Católica de Suzana (1985), projeto de desenvolvimento de Nhoma (1983), Solidami (1987), Associação Guineense de Solidariedade Social (1987), armazenamento e expedição de alimentos (1988), Secretariado pelo Desenvolvimento e pela Promoção Humana, organismo da Diocese de Bissau (1990), Fernando Freitas, relatório de viagem à Guiné-Bissau (1990), Centro de Formação de Animadoras de Desenvolvimento Rural de Brá (1990), Projeto Agrícola de Lotcher (1990), campanha a favor da Guiné Bissau (1998). Cabo Verde: plano de pastoral familiar (1982), relatório global de 1990 (1991), géneros (1984-1985), donativos (1986), relatório anual do projeto Formação para a Animação (Cáritas Austríaca, Cáritas Portuguesa e Diocese de Cabo Verde) (1987), Instituto Cabo-Verdiano de Solidariedade, relatório da 1.ª Conferência dos Parceiros Não-Governamentais (1988), Programa Sementes (1985), donativos (1990).

Avaliação, seleção e eliminação

Incorporações

Sistema de arranjo

Zona de condições de acesso e utilização

Condições de acesso

Condiçoes de reprodução

Idioma do material

  • português
  • inglês
  • francês

Sistema de escrita do material

    Notas ao idioma e script

    Características físicas e requisitos técnicos

    Instrumentos de descrição

    Zona de documentação associada

    Existência e localização de originais

    Existência e localização de cópias

    Unidades de descrição relacionadas

    PT/CP/AHCP/A/C/011/023; PT/CP/AHCP/A/F/001/016; PT/CP/AHCP/C/L

    Descrições relacionadas

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