Documento simples 62 - Fresco da capela de Nossa Senhora da Paz

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Código de referência

PT/SCR/FSCR/B/A/15/62

Título

Fresco da capela de Nossa Senhora da Paz

Data(s)

  • [post. 2006] (Produção)

Nível de descrição

Documento simples

Dimensão e suporte

16 provas cor em papel (10x15)

Zona do contexto

Nome do produtor

História biográfica

Nome do produtor

História biográfica

D. Manuel Gonçalves Cerejeira foi um entusiástico e dedicado devoto do Sagrado Coração de Jesus. Despertou para esta forma de piedade cristã desde criança por influência dos pais. Esta devoção foi provavelmente reforçada quando frequentou o Seminário Conciliar de Braga, em 1908 e 1909, já que aí teve como professor o P. Martins Capela, que entre 1907 e 1913 construiu um monumento ao Sagrado Coração de Jesus, no Monte das Mós (Terras de Bouro) na diocese de Braga, recorrendo a uma subscrição pública. Finalmente, aprofundou esta vivência espiritual, através do convívio em Coimbra com o P. Mateo Crawley. Em 23 de março de 1928, foi nomeado arcebispo de Mitilene e auxiliar de Lisboa, tendo sido escolhido logo nesse ano pelo episcopado para redigir a Pastoral Coletiva sobre a Consagração Nacional ao Coração Divino de Jesus. Quando foi nomeado patriarca de Lisboa, em 18 de novembro de 1929 (tomando posse por procuração a 22 de janeiro de 1930) e depois das cerimónias em Roma relativas à concessão da dignidade cardinalícia, partiu em peregrinação, no dia 14 de janeiro de 1930, para Lisieux e Paray-le-Monial, onde esteve em recolhimento vários dias e rezou junto dos túmulos de Santa Teresinha e Santa Margarida Maria (vidente do Sagrado Coração), só tendo dado entrada na sua diocese no dia 2 de fevereiro desse ano. O primeiro ponto do seu programa pessoal era instaurar na sociedade portuguesa o reinado do Coração de Jesus.
A diocese que D. Manuel Gonçalves Cerejeira governaria até 29 de julho de 1971 caracterizava-se por uma viva devoção ao Coração de Jesus com a adesão de grande número de fiéis. O culto ao Sagrado Coração de Jesus, introduzido em Portugal cerca de 1724, ganhou grande destaque em Lisboa, pois foi aqui que a rainha D. Maria I obteve do papa Pio VI autorização para celebrar a respetiva festa e mandou construir a basílica do Sagrado Coração de Jesus à Estrela, em 1789. A partir de 1864, o Apostolado da Oração conferiu maior dinamismo a esta devoção, tendo a cidade de Lisboa sido consagrada ao Coração de Jesus a 23 de agosto de 1875. Em 1919, por influência do P. Mateo Crawley, foram aprovados os estatutos da Associação do Reinado do Sagrado Coração de Jesus nas Famílias e a pedido do P. Sebastião Pinto foi estabelecida no Patriarcado a Obra da Reparação Nacional ao Sagrado Coração de Jesus. Posteriormente, a Festa de Cristo Rei foi instituída por determinação do papa Pio XI (Encíclica Quas Primas, de 11 de dezembro de 1925) para reforçar a devoção à realeza do Coração de Jesus. Em 1933, o Episcopado Português criaria a Ação Católica Portuguesa – um movimento de carácter apostólico, com uma visão redentora do catolicismo e chefiado pelo cardeal Cerejeira. Este celebrava todos os anos com grande brilho a festa de Cristo Rei, promotora de uma mística religiosa e militante que tinha como objetivo a restauração cristã da sociedade.
Estava deste modo constituído o rico e dinâmico contexto eclesial e religioso propício ao aparecimento da ideia da construção de uma estátua do Coração de Cristo Rei do Universo, centro do futuro Santuário. O Cardeal nunca se terá esquecido da iniciativa do seu professor P. Martins Capela de construir um monumento ao Coração de Jesus e terá sido bastante influenciado por ele. Assim a sua viagem ao Brasil em 1934, por ocasião da qual visitou a Estátua de Cristo Redentor no alto do Corcovado, terá servido sobretudo como um catalisador para lançar a ideia da construção em Portugal de uma imagem de Cristo Rei. O Cardeal apresentou a ideia ao P. Sebastião Pinto, mas não foi possível avançar logo devido à tensão política e social do ano de 1935, razão pela qual o projecto só seria publicamente anunciado a 2 de junho de 1936, no Congresso do Apostolado da Oração em Lisboa, no contexto do qual a proposta foi aprovada por aclamação. Obteve-se seguidamente o apoio do Episcopado Português, reunido em Coimbra a 3 de julho do mesmo ano, numa decisão anunciada publicamente a todo o país na Pastoral Coletiva da Quaresma de 1937, redigida pelo Cardeal e por ele lida aos microfones da Emissora Nacional.
O cardeal Cerejeira idealizou o Monumento e foi a figura mais importante na construção e posteriormente na vida do Santuário, tendo por seu lado o Santuário sido uma obra central na vida do Patriarca de Lisboa, para o qual convergem as linhas de força do seu governo da diocese, tornando-o marca indelével do projeto de recristianizar a sociedade portuguesa.
O cardeal Cerejeira desvelou-se em ações a favor da obra do Santuário. Criou o Secretariado Nacional do Monumento a Cristo Rei, em 23 de abril de 1937, para fazer a propaganda, recolher os fundos necessários e coordenar a construção do Monumento e posteriormente decretou a ereção canónica do Santuário em 26 de maio de 1957. Em ambos os casos acompanhou de muito perto e com grande energia os dois organismos, através da ação pessoal, da liderança sobre a hierarquia e sobre leigos e da elaboração de atos próprios do seu poder de ordem e de governo, nomeadamente, pastorais, cartas, decretos, provisões e exortações. Entre 1937 e 1971, fez publicar cerca de trinta destes documentos. Relativamente ao Secretariado, reunia-se semanalmente com o respetivo diretor, e quando tal não era possível, este enviava-lhe extensas cartas onde descrevia com minúcia as atividades desenvolvidas pelo organismo que dirigia, propunha ações de propaganda e pedia diretivas. Por seu lado, o Cardeal participava em ações de propaganda, por vezes transmitidas pela rádio e reunia-se com figuras destacadas da sociedade e da política, influenciando-as no sentido de ganhar apoios para a obra do Monumento. Quanto ao Santuário, dotou-o de um reitor, acompanhou os problemas que iam aparecendo e continuou a visitá-lo frequentemente, nomeadamente por ocasião dos aniversários da inauguração a 17 de maio de 1959.
D. António Ribeiro, que lhe sucedeu em 1971 no governo da diocese de Lisboa, empenhou-se pessoalmente no desenvolvimento pastoral e religioso do Santuário, visitando-o numerosas vezes e criando órgãos de carácter administrativo e técnico para apoiar a ação do segundo reitor, P. Manuel de Jesus Ferreira Pires de Campos, do que resultou a dinamização da vida espiritual do Santuário e a construção de um dos edifícios previstos no plano inicial. Antes de falecer, deixou pronto o processo da integração do território onde está o Santuário e o Seminário de S. Paulo na diocese de Setúbal.
Desde 16 de julho de 1999, o 2º bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, tem dado a maior atenção ao desenvolvimento do Santuário, assegurando a execução das obras de reparação do Monumento, nomeando o terceiro reitor assim como duas comissões para o apoiarem no período de transição, e o quarto reitor, P. Sezinando Alberto, atualmente em funções e no exercício do seu múnus com grande preocupação pela melhoria das condições materiais de apoio aos fiéis e pelo aprofundamento da vida espiritual do Santuário de Cristo Rei.

Entidade detentora

História do arquivo

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Zona do conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

Fotografias do fresco do altar da capela de Nossa Senhora da Paz, no Monumento a Cristo Rei, pintado por António Araújo quando da remodelação da capela em 2006.

Avaliação, selecção e eliminação

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Sistema de organização

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Condições de acesso

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Idioma do material

  • português

Script do material

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Características físicas e requisitos técnicos

Instrumentos de descrição

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