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Conjunto documental que enquadra as atividades e funções de caráter político desenvolvidas por José Maria Braga da Cruz, tais como presidente da Comissão Arquidiocesana de Braga do Centro Católico Português e deputado na Assembleia Nacional pela União Nacional, bem como documentação de diversas tipologias de temática política ou conexa.
Ordenação sequencial cronológica.
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José Maria Braga da Cruz esteve entre os fundadores do Centro Católico Português em 8 de agosto de 1917, e foi indigitado para presidir à Comissão Arquidiocesana de Braga. Foi um dos 13 delegados diocesanos que se reuniu em congresso, em 1919, tendo em vista a redação das “Bases Regulamentares”, depois aprovadas pelo papa Bento XV em dezembro do mesmo ano. Em abril de 1921 José Maria Braga da Cruz é o anfitrião do Congresso Arquidiocesano do Centro Católico Português realizado em Braga e apresenta a comunicação “O papel do Centro Católico na realização do seguro contra a velhice”, propondo também uma moção acerca das Irmandades e Misericórdias na organização do seguro contra a invalidez e sobre a limitação do desemprego involuntário. Em 10 de julho de 1921 foi eleito deputado para a V Legislatura pelo Centro Católico Português, partido que também colocava António de Oliveira Salazar no parlamento, embora este o tivesse abandonado logo após as primeiras sessões. Após a instauração da ditadura nacional em 1926 e com a adesão de figuras preponderantes do Centro Católico Português ao novo regime, começaram a colocar-se problemas de sobrevivência das suas políticas, sendo que a ligação de José Maria Braga da Cruz ao Centro Católico Português esmorece.
Ordenação sequencial cronológica.
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Treze exemplares das "Bases regulamentares" do Centro Católico Português. "Lista dos subscriptores do Centro Catholico de Braga. Ano 1916 a 1919". Lista com os "Sócios subscritores do Centro Católico do ano de 1923 e que pagaram a taxa nesta data". Convocatória para a reunião da assembleia geral do Centro Católico, em Braga, no dia 8 de agosto de 1917. Carta-circular de apelo ao voto em Alberto Pinheiro Torres e padre António José da Silva Gonçalves, de 24 de abril de 1918. Cartas circulares da Comissão Central do Centro Católico, assinadas por António Lino Neto, José João da Fonseca Garcia e António Pereira-Forjaz, a dar orientações sobre como "convém pôr a funcionar em todo o Paiz, com a possível brevidade, a organização do Centro Católico". Jornal "A Época", de 8 de novembro de 1920, com a entrevista feita a D. Manuel Vieira de Matos a propósito do congresso arquidiocesano de Braga. Jornal "Diário do Minho", de 5 de dezembro de 1920, a dar notícia do programa do "Congresso Católico, Festa ao B[eato] Nuno de Santa Maria".
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Carta-circular de 3 de abril de 1921 a convidar para o congresso. Jornal "Actualidade", de 7 de abril de 1921, com o artigo "Pelo Centro Católico. O nosso congresso" a publicitar a realização no dia 10 de abril do Congresso Arquidiocesano do Centro Católico. Cópia de telegramas de José Maria Braga da Cruz para o cardeal Gaspari e monsenhor Locatelli e telegramas de resposta de ambos a transmitir os votos pelos bons resultados do congresso do Centro Católico Português. Carta-circular de 31 de maio de 1921 da Comissão Central do Centro Católico Português a insistir em alguns pontos organizativos. Convocatória de 4 de junho de 1921 para uma reunião a realizar no dia 12 de junho. Mapa com os dados sistematizados dos resultados das eleições de 10 de julho de 1921 do círculo eleitoral de Braga. Dois exemplares do jornal "Actualidade", de 24 de novembro de 1921 com informação sistemática acerca da composição eleitoral do Centro Católico Português na arquidiocese de Braga. Carta de 26 de novembro de 1921 de António Lino Neto, pela Comissão Central do Centro Católico Português, a remeter uma lista de candidatos a deputados, para aprovação de José Maria Braga da Cruz. Listagens dos círculos eleitorais relativos a Viana do Castelo, Ponte de Lima, Braga e Guimarães.
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Jornal "A União", de 26 de janeiro de 1922, com o apelo ao voto dos católicos. Carta-circular, de 12 de janeiro de 1922, da Comissão Arquidiocesana de Braga do Centro Católico Português relativa às eleições. Carta-circular da Comissão Arquidiocesana do Centro Católico Português a apresentar aos seus candidatos às eleições. Jornal "Diário do Minho" de 30 de janeiro de 1922 a informar da vitória eleitoral no Minho do Centro Católico Português. Dois mapas com o resultado das eleições de 29 de janeiro de 1922 no círculo N.º 3, Braga. Mapa comparativo com o resultado das eleições de 29 de janeiro de 1922 e de 8 de novembro de 1925. Carta-circular da Comissão Central do Centro Católico Português a convocar para o Congresso Nacional. Quatro exemplares do "Regimento interno para o 2º Congresso Nacional do Centro Católico", realizado entre 29 e 30 de abril de 1922 na Sociedade de Geografia de Lisboa. Edital da Comissão Executiva da Câmara Municipal de Braga, de 17 de novembro de 1922, a informar dos locais das assembleias de voto. Carta-circular da Comissão Central do Centro Católico Português, de 2 de julho de 1923, a apelar à colaboração. Carta-circular, de 18 de dezembro de 1924, da Comissão Arquidiocesana de Braga a questionar acerca do estado de atividade das Comissões Concelhias e Paroquiais. Ofício da Comissão Diocesana do Porto do Centro Católico Português, assinado por Diogo Pacheco de Amorim, a questionar se os trabalhos de organização católica e eleições nos concelhos de Póvoa do Varzim, Vila do Conde e Santo Tirso podem ficar sob responsabilidade da Comissão do Porto. Carta de José Maria Braga da Cruz para seu pai, José António da Cruz, de 1 de maio de 1922, a dar conta dos trabalhos do congresso. Questionário dirigido aos párocos a propósito das eleições. Listas dos candidatos a deputados. Manifestos políticos apelando ao voto. Recortes de jornal e apontamentos com o eco das eleições na imprensa periódica. Nota das votações da Assembleia de Apuramento Geral de 8 de novembro de 1925. Apontamento com o resultado das eleições de 8 de novembro de 1925.
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Carta-circular, de 4 de fevereiro de 1926, a exortar à organização do Centro Católico em Guimarães. Carta-circular, de 21 de fevereiro de 1927, da Comissão Central do Centro Católico Português a apelar à organização das Comissões Diocesanas. Carta-circular, de 25 de julho de 1927, da Comissão Diocesana do Centro Católico Português a reforçar a ideia de que o Centro Católico Português é uma organização autónoma e destinada a proteger e desenvolver a ação católica. Cópia de correspondência expedida pela Comissão Arquidiocesana do Centro Católico Português. Bilhete de Identidade N.º 156 de participação no 3º Congresso Nacional do Centro Católico Português, que acabou por ser adiado sem dada prevista de realização. Cópia de carta do cardeal-patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira para o presidente da República Portuguesa, de setembro de 1930, a solicitar clemência para os que, por razões políticas, foram afastados do país. Convocatórias para reuniões. Atas de sessões da [Comissão Diocesana de Braga do Centro Católico Português] presididas por José Maria Braga da Cruz. Carta-circular reservada da Comissão Central do Centro Católico Português a apelar para que os membros do Centro se manifestem o menos possível no ato eleitoral de 19 de março de 1933. Jornais "Diário do Minho" e "Correio do Minho". Correspondência de António Lino Neto e Juvenal de Araújo acerca da resposta à "Brotéria" publicada em "A União", em fevereiro de 1934.
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Coleção de dez bilhetes-postais editados pelo Centro Católico Português a propósito do seu Congresso Nacional, dois cartões com a oração para antes e depois da reunião e pagela de oração "Prière pour la France".
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José Maria Braga da Cruz foi eleito deputado na Assembleia Nacional das I, II, III, IV e V Legislaturas, ou seja, de 10 de janeiro de 1935 e 24 de março de 1953. Foi eleito pelo círculo de Braga através da União Nacional.
Ordenação sequencial cronológica.
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Documentação agrupada por capilhas na frente das quais José Maria Braga da Cruz faz uma síntese do conteúdo. Recortes de jornal, de 1 e abril de 1931, acerca da implementação da comissão da União Nacional no distrito de Braga e recortes de jornal dando notícia da constituição regulamentar e estatutária da União Nacional. Documentação acerca do I Congresso da União Nacional, do II Congresso (25-27 de maio de 1944) no qual José Maria Braga da Cruz participou como congressista, assim como da 2ª Conferência da União Nacional no Porto (7-9 janeiro de 1949) e do III Congresso da União Nacional (28-31 maio de 1951). Jornal "Diário da Manhã" de 11 de julho de 1953, a documentar a primeira reunião plenária da União Nacional. Documentação do IV Congresso da União Nacional (30 de maio a 3 de junho de 1956) no qual José Maria Braga da Cruz participou.
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Apontamentos, recortes de jornal, jornais, revistas e pagelas sobre António de Oliveira Salazar.
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Documentação de propaganda eleitoral recolhida ou recebida por José Maria Braga da Cruz relativa a vários momentos eleitorais em Portugal. Manifesto eleitoral de [1855] de apelo ao voto em José Borges de Faria; manifesto eleitoral de 30 de outubro de 1885 de apelo ao voto no marquês de Vallada; manifesto do qual apenas contém o primeiro fólio, não datado; fotocópia do manifesto da União Liberal Bracarense de 30 de março de 1901; boletim interno da Comissão Distrital de Braga dos Serviços da Candidatura do General Norton de Matos, às eleições presidenciais de 1949; manifestos e boletins de voto a apelar ao voto na Lista B e na Lista A às eleições legislativas de 1969, remetidos a José Maria Braga da Cruz, contendo também os que foram remetidos a outros familiares seus; manifestos dos candidatos pela Lista D às eleições legislativas de 1969; manifesto da Comissão Democrática Eleitoral do Distrito de Lisboa; folhetim de apelo ao voto nos Candidatos da Unidade Democrática; manifesto ao "Povo da Cidade de Braga" a convocar para uma concentração na Praça do Município, pelas 19 horas de 26 de abril de 1974 para comemorar a "data histórica do 25 de abril"; brochuras e folhetos com declarações de princípios do Partido do Centro Democrático Social, de 1974; declarações de princípios do Partido Socialista, de 1974, e brochuras com as linhas programáticas do Partido Popular Democrático.
Ordenação sequencial cronológica.
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Conjunto documental constituído por José Maria Braga da Cruz composto por capilhas que agrupam documentos de caráter político com organização cronológica as quais o produtor intitulou de "Política".
Ordenação sequencial cronológica.
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Folheto de 24 de setembro de 1882 a informar da mudança do escritório da administração do jornal de humor político "O António Maria", dirigido por Rafael Bordalo Pinheiro. Brochura da "Homenagem a Hintze Ribeiro", realizada em 15 de outubro de 1903. Bilhete do Teatro D. Amélia, Companhia Zarzuela, para a Récita N.º 29. Mapa do pagamento de joias e mensalidades de [?], pagela a pedir a oração dos cristãos em sufrágio das almas do rei D. Carlos e do príncipe D. Luís Filipe, recorte do jornal "O Primeiro de Janeiro" de 31 de agosto de 1910 a informar dos resultados das eleições para deputados apurados até à data, apontamentos biográficos acerca de Júlio Marques Vilhena e Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro, lista de candidatos a deputados, carta de [Ernesto Hintze Ribeiro], de 31 de dezembro de 1904, a informar do lançamento do jornal "As Notícias de Lisboa" afeto ao Partido Regenerador e a solicitar a assinatura.
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Carta de António de Antas de Barros a remeter a brochura da sua autoria "O meu julgamento no Tribunal Militar do Porto. Carta que ao ‘Debate’ dirigi em 17-12-919 e o mesmo não quis publicar". Notas acerca do teor de alguns diplomas legais e com os nomes de responsáveis por ministérios. Folhetim "A Voz do Pôrto" de 25 de janeiro de 1919. Editais do Governo Civil de Braga de janeiro de 1919. Carta aberta "Alerta Portugueses!" de António Joaquim dos Santos Lemos. Jornais, manifestos monárquicos e republicanos.
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Brochuras, jornais e folhetins de teor político. Cartão de [Gomes de Carvalho] de 1 de setembro de 1925 e apontamentos síntese acerca de diplomas legais e acontecimentos políticos.
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Jornais e recortes de jornal acerca dos bens da Casa de Bragança e da polémica em torno da carta que Henrique Paiva Couceiro dirigiu ao presidente do Conselho de Ministros. Nota manuscrita acerca da criação do Conselho Político e cópia de carta de António de Oliveira Salazar para destinatário não identificado cerca de Henrique Paiva Couceiro.
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Jornais e recortes de jornal acerca das eleições de 1949 e manifestos do Partido Comunista Português, de janeiro de 1945 e 6 de fevereiro de 1949, apontamento acerca de diplomas legais e programa das sessões de propaganda eleitoral pelo marechal Óscar Carmona, a decorrer no início do ano de 1949, tendo José Maria Braga da Cruz sido o orador nas sessões de Famalicão, Póvoa do Lanhoso e Amares.
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Apontamentos acerca de acontecimentos e diplomas legais. Jornais e recortes de jornal. Cópia de carta da Comissão Central do Movimento Nacional Democrático para o bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, e cópa de resposta deste. Cartas abertas a propósito das eleições de 3 de novembro de 1957. Brochura com a biografia do almirante Américo Thomaz, candidato da União Nacional às eleições presidenciais de 1958.
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Lista A de candidatos às eleições legislativas de 1961. Recortes de jornal acerca da política agrária e da presença do presidente da República Portuguesa no 115º aniversário da "Revista Militar". Apontamentos manuscritos acerca de Goa.
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Recortes de jornal, folhetos e apontamentos manuscritos de José Maria Braga da Cruz em pequenos papéis, acerca da situação política externa.
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Documentação heterogénea reunida por José Maria Braga da Cruz que representa as tensões e o dinamismo de diversas forças políticas no Minho, essencialmente em Braga. Recortes de jornal acerca do Integralismo Lusitano e apontamentos manuscritos. Apontamento manuscrito e datilografado acerca da "questão Braga-Guimarães" de 1885-1886. Folheto "Dos feitos que fez em favor de Braga o famoso futuro titular da rua das Aguas". Folheto da lista de protesto pelo concelho, a qual José Maria Braga da Cruz integrou como candidato à Câmara Municipal, de 1917. Edital "Ao povo do concelho de Braga", de 27 de abril de 1897, a convocar para a sessão da Comissão do Recenseamento Eleitoral. Bilhete-postal com a reprodução da fotografia de D. Maria Thereza de Bragança. Envelope com cartões de salvo-conduto em branco, com data de 1919, emitidos pelo Corpo de Polícia Civil de Braga e um cartão da Junta Governativa do Reino de Portugal. "Livro de Atas no Núcleo Integralista de Tadim", da qual consta unicamente a ata de constituição do núcleo, de 22 de novembro de 1920. Ficha de inscrição de admissão de sócios da Associação dos Canteiros e Assentadores de Braga. Carta-circular da Comissão Angariadora de Irmãos da Irmandade de Santa Marta de Falperra acerca dos serviços municipalizados. Folheto com o "Manifesto dos Candidatos Independentes" às eleições de 1957. Brochura "Manifesto da oposição aos eleitores do círculo eleitoral de Braga”.
José Maria Braga da Cruz nasceu na freguesia de São Pedro de Maximinos, de Braga, em 6 de maio de 1888 e foi batizado no dia 10 do mesmo mês e ano. Filho de José António da Cruz, professor e diretor da Escola Distrital de Habilitação para o Magistério Primário, e fundador da Livraria Cruz, e de Emília Rosa da Costa Braga, senhora da Casa do Assento, em Tadim, que se converteria na casa da família Braga da Cruz.
Entre os anos de 1899 e 1906 José Maria Braga da Cruz estudou no Liceu de Braga, tendo concluído o curso complementar de Ciências com 19 valores e o de Letras com 17 valores. Enquanto estudante foi militante do Centro Académico de Braga, pertencente aos jesuítas, e entre 1905-1906 foi presidente da Congregação Mariana de São João Berckmans. Fundou o Centro Académico de Democracia Cristã do Liceu de Braga, embora os seus estatutos nunca tenham sido aprovados pelo Governo Civil devido a queixas de alunos anticlericais.
José Maria Braga da Cruz escolhe o direito como área de estudos e matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, que frequenta entre 1906 e 1911. Aqui foi colega de Paulo Merêa e Luís Cabral de Moncada, futuros professores da Universidade de Coimbra, António Sardinha, Alberto Monsaraz e Hipólito Raposo, destacados políticos e doutrinadores do movimento monárquico. Em Coimbra foi militante do Centro Académico de Democracia Cristã e sócio do Centro Monárquico Académico, condição pela qual veio a Lisboa com um grupo de estudantes cumprimentar a rainha D. Amélia, a 27 de maio de 1908, após o regicídio.
Após a formatura, José Maria Braga da Cruz casa com Maria Isabel Bressane Leite Perry de Sousa Gomes em 27 de dezembro de 1911 na Quinta das Lágrimas, propriedade de D. Miguel de Alarcão. A sua esposa era filha de Francisco José de Sousa Gomes, lente de química na Universidade de Coimbra e figura preponderante do movimento social católico em Portugal nos finais do século XIX e inícios do século XX. Foram pais de Maria Isabel, de Maria da Conceição e de Guilherme Braga da Cruz.
José Maria Braga da Cruz inicia a sua vida profissional como professor do Liceu de Braga no ano letivo de 1911-1912 e em março de 1912 vence o concurso público e é nomeado ajudante de notário, tomando posse a 14 de março de 1912, sendo autorizado a exercer concomitantemente a advocacia. Após novo concurso, é nomeado notário da comarca de Braga, a 25 de janeiro de 1913. Nesse ano, reconstrói na Praça do Município de Braga uma casa que será o lar da sua família e onde instala no rés-do-chão o seu escritório profissional de advogado e notário. Na sequência da sua tomada de posse no cargo de presidente da Junta Geral do Distrito de Braga durante a efémera Monarquia do Norte, José Maria Braga da Cruz é demitido do cargo de notário, sendo reintegrado nessas funções somente em 1930.
Em 8 de agosto de 1917 José Maria Braga da Cruz foi um dos elementos fundadores do Centro Católico Português do qual dirigiu a Comissão Diocesana. Nesse ano, figurou na lista dos 18 efetivos da “lista de protesto do Concelho” que concorre às eleições administrativas em Braga, para denunciar a partidarização da gestão camarária, embora sem sucesso. Em 22 de novembro de 1919 reúne-se o congresso de refundação do Centro Católico Português, e José Maria Braga da Cruz é um dos delegados das 13 dioceses que elaboram as “Bases Regulamentares”, aprovadas pelo papa Bento XV em dezembro de 1919. António Lino Neto é eleito para presidir à Comissão Central e é proposta a edição do órgão de imprensa oficial “A União”, que começa a imprimir-se em 1920. No Congresso Arquidiocesano do Centro Católico Português em Braga, realizado em abril de 1921, José Maria Braga da Cruz apresenta a comunicação “O papel do Centro Católico na realização do seguro contra a velhice” e propõe uma moção acerca das Irmandades e Misericórdias na organização do seguro contra a invalidez e sobre a limitação do desemprego involuntário.
Com vista às eleições legislativas de 10 de julho, a 21 de junho o Centro Católico Português apresenta um manifesto figurando José Maria Braga da Cruz como candidato indiscutível por Braga, congregando apoios de monárquicos e de católicos. Além disso, anima-se na campanha pelo círculo de Guimarães, cujo candidato era António de Oliveira Salazar. Foram ambos eleitos para a V legislatura, tendo José Maria Braga da Cruz integrado Comissões de Agricultura, dos Negócios Eclesiásticos, da Legislação Civil e Comercial e do Regimento. Acaba por ser o único representante do Centro Católico Português após a saída de António de Oliveira Salazar, sendo que em 27 de agosto de 1921 é consultado pelo presidente da República Portuguesa, António José de Almeida, com vista à formação de um novo governo.
Em 1924 toma parte ativa na preparação do Congresso Eucarístico Nacional, em Braga, hospedando em sua casa António de Oliveira Salazar, Manuel Gonçalves Cerejeira e António Lino Neto.
Com a aceitação da pasta das Finanças por António de Oliveira Salazar em 1926 e 1928 e com a fundação da União Nacional em 30 de julho de 1930, emergiram problemas quanto à sobrevivência do Centro Católico Português. Além disso, e na sequência da carta de Pio XI a D. Manuel Gonçalves Cerejeira, na qual afirmava a liberdade política dos católicos omitindo referências ao Centro Católico Português, António Lino Neto retira-se da presidência do Centro Católico Português e entra nas fileiras da Ação Católica Portuguesa, tornando-se seu dirigente. A convite do arcebispo primaz de Braga também José Maria Braga da Cruz ingressou na Ação Católica Portuguesa, presidindo à sua Comissão Arquidiocesana em Braga, a partir de 26 de junho de 1934.
A pedido de António de Oliveira Salazar, integra as listas da União Nacional para as eleições de 1934, tornando-se de novo deputado, ao lado de Diogo Pacheco de Amorim, Joaquim Diniz da Fonseca, Juvenal de Araújo e Mário de Figueiredo. José Maria Braga da Cruz pauta a sua atuação na Assembleia Nacional pelas reivindicações dos bispos portugueses, expressas na Pastoral Coletiva de 13 de julho de 1930.
Como presidente da Comissão Arquidiocesana em Braga da Ação Católica Portuguesa, José Maria Braga da Cruz foi orador na Festa de Cristo Rei, em 1935, estando também presente na primeira reunião dos presidentes das Juntas Diocesanas da Ação Católica, em Lisboa a 1 de dezembro de 1938.
José Maria Braga da Cruz pertencia ainda com a sua esposa à Ordem Terceira de São Bento, na qual foram admitidos como oblatos em 16 de outubro de 1929, em Falperra, numa cerimónia presidida pelo núncio apostólico Beda Cardinale; vogal do Grupo Paroquial da União Católica da Freguesia da Sé, constituído em 17 de janeiro de 1930 para proceder ao restauro do edifício; chefe do Corpo Nacional de Escutas em Braga, em cerca de 1938; congregado da Congregação de Nossa Senhora de Fátima e de S. Luiz de Gonzaga de Braga; membro da Comissão de Honra das Festas Jubilares de Nossa Senhora do Sameiro; membro da Comissão de Honra das Comemorações do XIII Centenário da morte de São Frutuoso e Irmão da Santa Casa da Misericórdia e Hospital de São Marcos de Braga.
Em 1925, em peregrinação a Roma com seu pai a propósito do Ano Santo, foi recebido pelo papa Pio XI e em 1950 vai com D. Manuel Gonçalves Cerejeira em peregrinação a Roma, novamente a propósito do Ano Santo, acompanhado de sua mulher, filha mais velha solteira e a mais nova, antes do casamento desta. Em 1964 vai pela última vez a Lourdes, tendo escrito o “Manual do Peregrino Português a Lourdes”.
Em termos profissionais José Maria Braga da Cruz destacou-se como advogado de famílias importantes e sobretudo da Igreja, mais precisamente da arquidiocese de Braga. Em 1930 é encarregue pelo arcebispo-primaz de tratar de todos os atos referentes à constituição e funcionamento das Corporações Fabriqueiras Paroquiais e depois da assinatura da concordata, em 1940, empenhou-se na devolução à Igreja de bens de que havia sido expropriada, tais como o Seminário de São Tiago e Mosteiro de Tibães. Na sequência do seu empenho na devolução do Seminário de São Tiago, em 1947 foi agraciado pelo papa Pio XII com a comenda de São Gregório Magno. Contudo, só em 1966 o seminário é entregue a título definitivo.
Além disso, José Maria Braga da Cruz foi colaborador na redação do Estatuto da Saúde e Assistência, redator de artigos para a revista “Scientia Iuridica”, presidente da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras de Braga, vogal do Conselho Distrital da Ordem dos Advogados, vice-presidente da Assembleia-Geral da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, membro do Conselho Fiscal da Companhia das Águas de Lisboa e em 1950 é nomeado juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Contas, onde se reforma em 1953.
Mais dedicado ao desenvolvimento e ampliação das suas propriedades rurais fundiu as quintas de Tadim com São Pedro d’Este e criou a Sociedade Agrícola do Casal do Assento.
Morreu a 1 de janeiro de 1979, tendo sido sepultado no cemitério paroquial de Tadim, onde já há dois anos repousavam os restos mortais do seu filho Guilherme Braga da Cruz.
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Jornais, recortes de jornal e revistas publicados em diversos lugares do país, com assuntos relacionados com a vida política em Portugal. São abundantes os jornais que documentam as cerimónias de trasladação dos restos mortais do rei D. Miguel I e da sua esposa D. Adelaide para Portugal, relativos a abril de 1967; revista literária pontelimense "Limiana", de junho de 1914; coleção sólida do jornal monárquico "A Palavra", de dezembro de 1964 a janeiro de 1965; coleção do boletim "Informacion Mensuel", exclusivo para os "carlistas"; suplemento ao nº 747 do jornal "A Guarda", sobre as eleições de 1921 com apelo ao voto no candidato ao Senado João José da Fonseca Garcia, pertencente à Comissão Central do Centro Catholico Portugues, pelo círculo eleitoral da Guarda e Gouveia.
Ordenação sequencial cronológica.
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Ofícios, cartas, postais, bilhetes-postais, cartões e cartões-convite recebidos por José Maria Braga da Cruz na sequência do seu envolvimento com instituições e pessoas acerca de assuntos de caráter político. Convite do juiz de direito, Armando Campos, para ir apresentar cumprimentos ao presidente da República Portuguesa, Sidónio Pais, à gare da estação de comboios, a 14 de janeiro; convite para as exéquias da rainha D. Amélia a realizar em 29 de novembro de 1951, na igreja de S. Vicente; postais de votos de boas festas remetidos pelos duques de Bragança; convite para as comemorações do centenário do nascimento do rei D. Carlos I; cartões-convite para as comemorações do 40º aniversário da Revolução Nacional, em maio de 1966; correspondência entre José Maria Braga da Cruz e a secretaria-geral da Assembleia Nacional e Câmara Corporativa acerca do pedido de envio de anais e índices; cartão a remeter pagela a propósito da morte da duquesa de Bragança, D. Maria Francisca, em 1968; carta aberta a defender a construção do Palácio da Justiça de Braga no Monte do Picoto, de maio de 1970; convites para a cerimónias organizadas em Braga a propósito da tomada de posse do reitor da recém-criada Universidade do Minho, depreendendo-se a ausência de José Maria Braga da Cruz através do apontamento "em virtude do meu estado de saúde"; convite para a "grande manifestação nacional em Lisboa" de apoio ao programa do Movimento das Forças Armadas, em setembro de 1974 e recorte de caixa ou envelope de cartão com o autocolante de expedição de encomendas da parte do duque de Bragança.
Ordenação sequencial cronológica.
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Quatro boletins de voto com os candidatos a deputados pelo círculo número 4 (Guimarães), cujos candidatos eram António Albino de Carvalho Mourão, Domingos José Soares e António de Oliveira Salazar, referentes possivelmente às eleições de 1921. No verso destes boletins estão manuscritas receitas de culinária. Boletim de voto para os candidatos a senadores por Braga, Alfredo Machado e José Augusto Simas Machado. Boletim de voto com a Lista A votada em Braga para as eleições legislativas de 1973 cujos candidatos eram António Alberto de Meireles Campos, Balthazar Leite Rebello de Sousa, Camilo Lopes de Freitas, Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral, Fernando Dias Carvalho Conceição, Luís António de Oliveira Ramos e Teotónio Rebelo Teixeira de Andrade e Castro.
Ordenação sequencial cronológica.
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Brochura "Câmara Municipal do Concelho de Vila Verde", de agosto de 1931; brochura "Salazar na intimidade" de Arthur Mendes d'Almeida e Távora, de 1936; brochura "S. M. F. El-Rei D. Miguel 1.º. O Rei Mais Português de Portugal", de Carlos Miguel Gonsalves, de 1952; brochura "Quem matou Kennedy?... Leiam o perigo amarelo", de 1965; brochura "O drama de um rei", de Henrique Barrilaro Ruas, de 1965; brochura "A defesa nacional portuguesa nos últimos 40 anos e no futuro", de Kualza de Arriaga, 1966; brochura "Declaración de Don Javier de Borbón Parma", de outubro de 1966; brochura "Novos rumos da política económica", de Daniel Barbosa, de 1966; brochura "Dom Miguel I. Exposição-documentário por ocasião das comemorações do centenário da sua morte", contendo inclusas pagelas evocativas dos rei D. Miguel e da rainha D. Adelaide, de 1967; duas estampas alegóricas, reproduzidas a partir de uma litografia de Sendim, representando o regresso de D. Miguel a Portugal, de 1967; brochura "Exposição evocativa de El-Rei D. Miguel. Roteiro", de 1967.
Ordenação sequencial cronológica.
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Apontamentos manuscritos e datilografados de José Maria Braga da Cruz, aparentemente dispersos, e aproveitando recortes de papel ou reutilizando outros documentos. Em alguns casos, José Maria Braga da Cruz fez apontamentos manuscritos que depois datilografou, conservando-se as duas fases do documento. Contém informações acerca da vida política de Portugal, com especial relevo para alguns dos seus protagonistas, diplomas legislativos e momentos eleitorais. Apontamentos que contêm anexo: cópia do despacho de Manuel Craveiro Lopes, de 29 de setembro de 1949, relativo ao ataque ao delegado do procurador da República em Viana do Castelo por membros da Polícia de Segurança Pública, folheto "Um caso escandaloso que reclama esclarecimento e punição aos ilustres e honestos servidores do Estado Novo. A Questão de Bertiandos", de novembro de 1951 e notas datilografadas acerca da devolução do Seminário de Viseu à posse da diocese de Viseu. Apontamento manuscrito de José Maria Braga da Cruz com uma lista dos "Anuários da Universidade [de Coimbra]" que ofereceu a Diogo Pacheco de Amorim, bem como notas acerca de aspetos biográficos deste. Apontamentos para a redação de artigos de decretos regulamentares e de discursos proferidos por José Maria Braga da Cruz, um deles realizado no Convento dos Congregados em 13 de março de 1966.
Ordenação sequencial cronológica.
Publicado
Dois blocos de notas numerados contendo apontamentos acerca da vida política em Portugal, com informações desde o ano de 1908 no início do reinado de D. Manuel II até 1922.
Ordenação sequencial cronológica.
Publicado
Documentação acerca de António de Oliveira Salazar e do seu relacionamento com José Maria Braga da Cruz. Correspondência expedida por António de Oliveira Salazar e cópia de correspondência expedida por José Maria Braga da Cruz, prova final para impressão da brochura "Centro Católico Português. Princípios e organização", da autoria de António de Oliveira Salazar, apontamentos manuscritos sobre aspetos biográficos de António de Oliveira Salazar, revistas que documentam as suas cerimónias fúnebres e pagela evocativa.